20/08/2008

Enfim bandejão na UFRJ

Após mais de uma década sem Bandejão na UFRJ, foi inaugurado, no dia 14 de agosto, o Bandejão da Faculdade de Letras.


Esse Bandejão foi conquistado após muita luta dos estudantes, e está localizado onde funcionava anteriormente um restaurante privado, cujo responsável foi expulso pelos estudantes por cobrar altos preços sem a devida qualidade.


A questão do abuso dos donos dos restaurantes no campus do Fundão da UFRJ tem sido denunciada diversas vezes esse ano, inclusive gerando um ato no Centro de Ciências Saúde, no dia 8 de abril, quando foi oferecida macarronada para 400 estudantes, contra o aumento dos preços, pela vigilância sanitária nos restaurantes e pela conclusão das obras no Bandejão central.


O Bandejão Central foi uma conquista dos estudantes, em 2006, quando mobilizações fizeram com que a Reitoria tirasse do papel o projeto do Bandejão, apresentando um prazo para janeiro de 2007 para que ele ficasse pronto. Porém, muitos prazos foram dados após isso e a obra veio se arrastando. Diante disso, muitas outras mobilizações foram realizadas, e a obra do Bandejão Central agora finalmente parece andar e a conquista do Bandejão da Letras já é realidade.


Identificamos nessa ocasião que apenas através das mobilizações conquistamos vitórias concretas para a juventude de nosso país. É preciso que tenhamos conseqüência no processo de lutas, pois enquanto o Governo Lula, a Reitoria da UFRJ e a União Nacional dos Estudantes tentam nos enrolar, aproveitam o período de esvaziamento (férias) na Universidade para aprovar as diretrizes do Plano Diretor, pois sabem da força que o Movimento Estudantil de luta e combativo possui e precisam criar subterfúgios para implementarem a privatização e a precarização.


É importante que os CAs e o DCE da UFRJ encampem um Conselho de Centros Acadêmicos na próxima quinta dia 21/08 para discutirmos as próximas atividades em relação ao Golpe da Reitoria para implementar o REUNI. E que debatamos em cada luta a importância da convocação de um Congresso Nacional dos Estudantes para ampliarmos a nossa reorganização, que cada vez mais cresce por fora e contra a UNE.


O novo Movimento Estudantil está presente e, no dia 14 de agosto, o DCE Mário Prata e diversos Centros Acadêmicos que estão na luta há tempos por assistência estudantil, estiveram presentes para prestigiar a inauguração e ressaltar que conquistamos apenas um dos bandejões que necessitamos, e que precisamos continuar na luta pela inauguração do Bandejão Central e pela conquista de Bandejão em todos os campi da UFRJ.


A LUTA CONTINUA!

02/08/2008

Aprovadas as diretrizes do Plano Diretor

Depois de muitos atos na reitoria, durante todo o semestre, que postergaram a votação das diretrizes do Plano Diretor nos marcos do REUNI e dos cursos novos de bacharelados interdisciplinares, como Saúde Coletiva e Ciências da Terra, todo esse bloco de ataques a educação pública foi aprovado.
Primeiramente é necessário relatar em quais condições esses instrumentos que visam implementar o REUNI, o decreto do Governo Lula/PT que vem no sentido de sucatear a Universidade, aumentando o número de vagas sem aumentar o número de professores e a estrutura da Universidades, foram aprovados.
Para o I Congresso da CONLUTAS, um marco histórico de reorganização da luta dos trabalhadores de todo o país, foram eleitos 60 delegados estudantis da UFRJ, que foram para Betim entre os dias 2 e 5 de Julho. Durante esse Congresso, percebendo o esvaziamento dos estudantes, que compõem em sua maioria o DCE Mário Prata, a Reitoria colocou em Pauta os cursos de bacharelado interdisciplinares e conseguiu aprova-los numa tranqüila cessão do Conselho Universitário.
Em meio as férias de Julho, quando muitos estudantes participavam do seus encontros de área, o Professor Carlos Wainer, na última fala do primeiro expediente, propôs incluir na pauta do Conselho Universitário de 24/07, a votação das diretrizes do Plano Diretor da UFRJ nos marcos do REUNI.
A cessão estava funcionando com seu quorum mais um, e o único conselheiro estudantil presente, que não se encontrava no Encontro de área, defendeu a não inclusão do ponto, porém toda a burocracia universitária reunida naquele espaço votou a favor da inclusão do ponto de pauta, e na votação das diretrizes do Plano Diretor, por 27 a 1, esse plano foi aprovado.
Vale ressaltar que algumas cessões anteriores, cerca de trezentos estudantes, participaram de um ato no CONSUNI, e pediram inclusão de ponto da votação de um calendário que debatesse as Diretrizes do Plano Diretor, em todos os Centros da Universidade, para que a comunidade Universitária pudesse tomar conhecimento e ter esclarecimentos sobre esse Plano e a partir daí poder decidir sobre os rumos da UFRJ. Essa inclusão foi negada pelo conjunto dos Conselheiros, que nesse momento se ajoelham diante das migalhas oferecidas pelo Governo Lula/PT, e auxiliam no sucateamento do ensino público, gratuito e de qualidade.
Precisamos relembrar também que a Reitoria, incomodada com os constantes atos dos estudantes nos Conselhos Universitários, que visavam interromper a votações para que o REUNI não fosse implementado na nossa Universidade, soltou um manifesto de repúdio, com o argumento de que os estudantes estavam ferindo a democracia Universitária.
Fica nossa pergunta: Qual o conceito de democracia da Reitoria da UFRJ?
Não fazer debates com a comunidade Universitária sobre o REUNI e posteriormente sobre as diretrizes do Plano Diretor?
Não Fazer um Plebiscito e um Congresso Interno Deliberativo para que a comunidade universitária pudesse optar pelo adesão ou não do REUNI pela UFRJ?
Aprovar numa cessão truculenta do CONSUNI, no dia 18 de Outubro de 2007, o PRE da UFRJ que nada mais é que o REUNI?
Aprovar na cessão do CONSUNI do dia 24 de Julho de 2008, as diretrizes do Plano Diretor, sendo que as mesmas não estavam na pauta inicial e por ser um assunto delicado necessita de debate?
Não aprovar o segundo módulo do PRE na mesma cessão truculenta, fragmentando-o nas diretrizes do Plano Diretor e nos cursos de bacharelados interdisciplinares?
Achar que um Conselho composto em sua maioria por professores, que desconsidera o peso dos estudantes e dos funcionários dentro da Universidade, tem o poder de deliberar em nome da Comunidade Universitária?

No atual momento devemos lembrar que deveríamos ter uma Entidade representativa dos estudantes para que nossa luta adquirisse força, que tivesse potencializado nossas ocupações de reitoria em 2007, que tivesse feito um elo entre as ocupações e o Governo Federal exigindo diálogo e revogação do decreto do REUNI, para que não estivéssemos vivendo em 2008 tais ataques e golpes tanto da Reitoria quanto do Governo Lula/PT.
Infelizmente a União Nacional dos Estudantes, atrelada e sustentada pelos partidos governistas está a favor de todos esses ataques, e não mais podemos contar com ela nas lutas contra os ataques a educação pública.
Por isso é necessário construirmos uma Nova Entidade Estudantil, não aparelhada e não burocratizada, que lute conosco contra todos os golpes e ataques que estamos sofrendo!
Nesse momento, mais do que nunca, necessitamos do conjunto dos estudantes para lutarmos contra todos os golpes da Reitoria e do Governo Lula/PT.

AUTONOMIA, NÃO ABRO MÃO, POR ISSO AO REUNI EU DIGO NÃO!