03/02/2013


                           Carta pública do CAEFD sobre a violência na Ilha do Fundão

Nesta última sexta, dia 1 de fevereiro, cerca de 30 alunos da EEFD foram assaltados no ponto de ônibus em frente à unidade, local que há tempos é mal iluminado e carente de vigilância. O fato de ontem foi mais um que entra na conta da Reitoria e do Governo Federal, já que o número de vigilantes federais é 10 vezes menor que o necessário. Essa situação de insegurança é comum a todos os Centros da universidade. São constantes os sequestros-relâmpago, assaltos e tentativas de estupro a estudantes, funcionários e professores. Isso se agrava na Escola de Educação Física, que tem uma área externa muito grande, totalmente às escuras e que, no momento, passa por reformas na entrada principal, obrigando o corpo social a entrar e sair pela portaria mais afastada e insegura da unidade. Lamentamos profundamente o fato desta sexta-feira dia 01/02/2013, principalmente ao lembrar que segurança é pauta dos estudantes e faz parte das nossas lutas há bastante tempo. Na ocupação da direção da EEFD em maio de 2011, uma de nossas pautas era justamente essa questão, e a Reitoria e Direção se comprometeram a iluminar toda a área externa da EEFD. Além disso, pressionamos pela abertura imediata de concurso público para a DISEG.
É inadmissível que essa situação de descaso com a segurança na UFRJ permaneça. O episódio recente se soma a muitos outros, preocupantemente recorrentes. É hora de iniciarmos uma grande campanha na UFRJ, que unifique toda a comunidade acadêmica, e exigirmos medidas urgentes. Defendemos e lutamos por segurança na UFRJ orientados por um projeto de universidade pública, autônoma e de qualidade. Por isso, lutamos por uma política de segurança que se faça com servidores públicos concursados para essa função, bem treinados e integrados à vida da universidade, e também por iluminação nos campi, garantia de transporte e atividades que propiciem a ocupação dos espaços da universidade durante a noite. Para conquistarmos uma política de segurança séria e comprometida na UFRJ, precisamos de um movimento estudantil forte e livre para atuar. Justamente neste momento, temos que lembrar que vivemos um período de lutas e resistência à repressão aos estudantes e ao autoritarismo na EEFD, em um movimento crescente que hoje toma conta da UFRJ e a cada dia ganha mais apoios de diferentes setores da universidade. Nossa Escola e nossa luta estão em evidência na UFRJ, e todo esse processo está nas mãos da Reitoria. O Diretor Leandro Nogueira vem se empenhando em perseguir politicamente o Movimento Estudantil na UFRJ, o que coloca em risco a nossa organização para conquista das melhorias em segurança, infraestrutura, melhorias pedagógicas e muitas outras.
Há cerca de um mês, vimos a Polícia Militar sendo utilizada, na nossa Escola, a mando do Diretor Leandro Nogueira, para perseguir os estudantes, criminalizar e tentar intimidar aqueles que lutam. Depois desse episódio, sofremos novas ameaças da administração, que afirmou que a PM seria chamada novamente “para descer o sarrafo” nos estudantes caso não aceitássemos os ataques à nossa liberdade de expressão. Por isso, nossa luta por segurança é a partir das revindicações acima expostas, e não passa pela “falsa solução” da Polícia Militar que, na verdade, apenas enfraquece o movimento estudantil para lutar por segurança e todas as nossas outras revindicações.
Há exemplos além da EEFD: na USP, em 2011, firmou-se um convênio para a presença permanente da Polícia Militar no campus após um assalto que terminou com um assassinato. Pouco depois de firmado o convênio, a Polícia Militar começou a ser utilizada para reprimir as manifestações de estudantes, funcionários e professores. Chegou a reprimir com tropa de choque uma ocupação de Reitoria, protesto importante dos estudantes, e de lá retirar estudantes e funcionários algemados e levá-los para a prisão. A mesma PM também invadiu e prendeu estudantes que protestavam por alojamento. Parte importante dos ataques à universidade pública, que precarizam o seu funcionamento, é a decisão de não-abertura de concurso público para servidores que atuem na segurança das universidades. Isso é inaceitável! Esse problema se insere em um contexto de falta de verbas para a Educação, agravado pela expansão sem qualidade feita pelo REUNI. Na UFRJ, vimos a ampliação totalmente precária do número de cursos noturnos, sem segurança e assistência estudantil. Nesse contexto, o número de atentados à vida do corpo social da Universidade vem crescendo assustadoramente.
É hora de unificarmos essas lutas em um grande movimento em defesa da segurança na UFRJ e de um projeto de universidade livre, democrática, pública e autônoma. Dizer um sonoro NÃO ao descaso com a segurança, à precarização da universidade, à repressão, e mostrarmos a força dos estudantes organizados livremente para transformar essa Universidade. Cobraremos uma posição imediata da Reitoria, principalmente agora que a EEFD já está em foco em toda a UFRJ, com os diversos setores se posicionando contrários às posturas autoritárias na unidade.
Frente à isso, convocamos tod@s os estudantes da EEFD para uma Assembleia Geral, nesta segunda, 4 de fevereiro, às 17h, no salão Helenita Sá Herp na EEFD, para discutirmos o que fazer diante deste quadro.

Pela abertura imediata de concurso público para vigilante federal!
Pelo reforço na vigilância em todo o campus, especialmente à noite!
Iluminação em todo o campus com mais transporte noturno e de qualidade já!
Pela imediata reforma e completa iluminação da área externa da EEFD!
Repúdio a presença da Polícia Militar nas Universidades!
Pela Exoneração de Leandro Nogueira do cargo de Diretor da EEFD!        
            Por assistência estudantil na UFRJ!
Por mais bolsas e pelo aumento do valor das bolsas!
Por mais bandejões, funcionando no turno da noite também!